A pandemia não acabou!!

Pelotas mantém alta transmissão de coronavírus e UFPel lança nota

Com 170 casos positivos por cem mil habitantes por semana, Comitê Covid emite recomendações ao Poder Público e à população

A alta transmissão do coronavírus fez disparar alerta do Comitê Covid da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Nas últimas quatro semanas, o número de diagnósticos confirmados chegou a proporção de 170 casos positivos por cem mil habitantes, por semana; bem acima do indicador internacional que revela sinal vermelho de contaminação. A média de uma a duas mortes por dia, neste mesmo período, também preocupa. O documento emitido pelos cientistas ainda faz ressalva da ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Dados do Painel Covid, divulgados na tarde de sexta-feira (19), apontavam: 32 pessoas estavam internadas com quadros mais graves da doença. É o equivalente a 82,1% da estrutura disponível para UTI. Ao avaliar o nível atual de transmissão - que corresponde ao cenário que se tinha em Pelotas no final do mês de junho -, a doutora em Epidemiologia, Anaclaudia Fassa, fez questão de destacar que não bastaria ter o total de vagas ampliado novamente para dar conta da demanda.

"Este enfrentamento focado na estrutura hospitalar é chorar sobre o leite derramado. Após internar, alguns morrerão. É preciso interromper a transmissão, para que não tenhamos internações", lembra a pesquisadora. Neste sentido, o Comitê Covid da UFPel fez uma lista de orientações ao Poder Público e à população. Temas como busca ativa à vacinação, rastreamento detalhado de contatos, aumento da testagem e necessidade de respeito ao isolamento despontam entre as medidas.

São recomendações já conhecidas, mas que não podem ser abandonadas como se a pandemia tivesse acabado. "Tem muita gente contaminada que está circulando. Este é um problema gravíssimo", enfatiza Anaclaudia.

Confira algumas orientações 

* Para o Poder Público:
- Promover a articulação entre a Vigilância Epidemiológica e a Atenção Primária à saúde para
realizar busca ativa de quem está com a 2ª dose ou a dose de reforço em atraso, com prioridade
a pessoas com mais de 60 anos.
- Fortalecer o suporte social para população em estado de vulnerabilidade, possibilitando o
acesso a máscaras de qualidade, especialmente para estudantes.

* Para a comunidade:
- O uso de máscara de boa qualidade é imprescindível para todas as pessoas mesmo aquelas que já tiveram a doença ou que estão com esquema vacinal completo.
- Evitar aglomerações.
- É preciso ficar atento às alterações de prazos para tomar a vacina. Quem fez somente a 1ª dose deve lembrar que o intervalo entre a 1ª e a 2ª doses dos imunizantes da Pfizer/Biontech e da Astrazeneca/Fiocruz foi reduzido para 8 semanas. Quem já fez as duas aplicações deve lembrar que o intervalo entre a 2ª dose e a de reforço foi reduzido para 5 meses.

Leia as recomendações do Comitê Covid, na íntegra, pelo link: bit.ly/nota-tecnica-ufpel.

Saiba mais 

- Vacinação abaixo da média estadual: Informações disponíveis no Painel Covid, na tarde de sexta, indicavam que 260.101 pessoas tomaram a 1ª dose da vacina; o equivalente a 95,1% do público-alvo. Já com a 2ª dose, 216.156 pessoas foram imunizadas; correspondente a 79%. O índice fica abaixo da média registrada no Rio Grande do Sul, que atingiu os 83,5%.
- Quando é considerada alta a transmissão? O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, indica: a partir de 100 casos confirmados por 100 mil habitantes, por semana, o cenário pode ser considerado de alta transmissão. É o que ocorre em Pelotas há 7 semanas - 3 com mais de 100 casos/100 mil pessoas e 4 semanas extrapolando os 170 casos/100 mil habitantes.

O que diz a prefeitura 

A secretária de Saúde, Roberta Paganini, garantiu que o município vem adotando medidas de controle para barrar a circulação do novo coronavírus e mencionou situações, como a ampliação dos pontos de vacinação - alguns locais em horário estendido como o Shopping Pelotas - e dos protocolos de testagem de contactantes, principalmente se envolver cidadãos mais vulneráveis como os idosos ou casos positivos ligados a profissionais da Educação.

A prefeitura já passou a receber as listas encaminhadas pelo governo do Estado, para ter acesso aos nomes de quem ficou para trás na vacinação. O trabalho de busca ativa, portanto, terá mais chances de dar resultado daqui para frente, através das equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que deverão tentar encontrar e sensibilizar os retardatários.

Ao ser questionada sobre os desafios de rastreamento, isolamento e testagem, Roberta Paganini, fez chamamento à população: "Muitas situações não dependem só da Vigilância Epidemiológica. Dependem também do comprometimento das pessoas e os cuidados que precisam tomar".

Na região mudanças estão por sair nos protocolos

Na linha do que já anunciou o governo do Rio Grande do Sul, nesta semana, ao derrubar o teto de ocupação em espaços abertos e fechados, os prefeitos da Zona Sul também devem publicar decretos com alterações nas regras. O assunto começou a ser debatido em encontro virtual na noite de quinta-feira (18), mas ainda não há data definida para divulgação das mudanças.

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

HUSFP realiza mais uma captação de órgãos Anterior

HUSFP realiza mais uma captação de órgãos

Prefeitura fiscaliza comerciantes irregulares na área central Próximo

Prefeitura fiscaliza comerciantes irregulares na área central

Deixe seu comentário